O Envelope

11-01-2011 13:14

Essa historia foi ideia de uma leitora a Patricia Hernandes, Espero que gostem.
 

Na manhã daquele dia cansado de ter de se livrar de toda sucata que havia juntado durante cinco longos dias Peter se pos a chorar sobre a pia do banheiro. Era uma vida dura e deficio, e manter suas duas filhas colocava ele em desespero. Não seria a criação de suas filhas que o deixava tão triste mais sim como trabalhava duro já com seus cinqüenta anos de idade.
As duas meninas o ajudavam com a casa e depois iam a escola que ficava duas quadras dali.
O dia já havia começado e Peter estava no banheiro magoado com a situação que se encontrava, as lagrimas pingavam de seus olhos grandes e desciam sobre seu nariz, ainda havia esperança em seu coração, mas por algum motivo estava triste e desmotivado.
Alguém estava a bater no portão velho sustentado por arames e apoiado sobre a madeira.
__ Peter, você esta em casa?
Peter secou o rosto e o lavou e foi até a portão.
__ Passou a noite acordado?
__ É esta difícil dormir.
__ Vamos já esta tarde, temos que começar a recolher o material.
Peter entrou para dentro pegou seu velho carrinho e saiu para rua junto a Jorge.
__ Vejo que não parece estar nada bem.
__ São apenas alguns problemas Jorge.
__ Ainda esta preocupado com a mãe das meninas?
__ Não é nada disso.
Susana era a esposa de Peter, havia fugido a dez anos após a perda do hotel da família. Peter teve que se mudar e aceitar seu nome sujo por sete anos, até que conseguiu pagar todas as dividas e vender o hotel.
__ Deve ser a falta do hotel, da mordomia.
__ Claro que não, nesse pais estamos sujeitos a tudo, a qualquer hora.
__ As meninas estão crescendo Peter, logo vão se mudar e se arranjar na vida.
__ É eu sei, logo estarão bem, não lhe faltaram estudos.
A manhã foi se passando vagarosamente e longa, ajuntaram o sucata da manhã e voltaram para casa.
__ Pai olha só tirei mais um A em matemática. Fala orgulhosa a filha de dezessete anos.
__ Parabéns filha.
Logo o almoço estaria pronto, Peter se viu magoado por só saber da nota da filha no dia seguinte, depois do almoço elas iriam para a escola e ele as viria novamente apenas amanhã. A cada dia que se passava Peter se via mais distantes das filhas.
Era hora de mudar a situação ele já estava velho para trabalhar como estava trabalhando deveria ter levantado a cabeça antes, procurado um emprego mais bem remunerado e que lhe desse tempo de criar as meninas.
Peter procurou um velho e rico amigo da família que a nove anos não o via ou dava noticias. Pediu a ele um ultimo favor.
__ Marcos, há muito tempo não nos falamos, passei por coisas terríveis, estou precisando de um ultimo favor.
Marcos estava do outro lado da linha assustado, nunca tinha visto Peter com uma voz tão triste.
__ Meu amigo, venho lhe procurando a anos, a uns cinco anos seu sócio veio ate mim e pediu que eu lhe entregasse um envelope.
Peter se preocupou e pensou. “Mais dividas”.
__ Me passe seu endereço, estarei enviando um carro para lhe buscar.
Peter passou o endereço rapidamente para marcos, retirou o cartão e deixou o telefone publico, cercou as duas filhas que estavam saindo para a escola.
__ Temos um compromisso muito serio, hoje vocês não vão à escola.
Peter nunca havia pedido as filhas que matasse aula, aquela era mesmo uma situação importante.
Levou meia hora até que o táxi chegasse e então foram encaminhados para o enorme restaurante da família de Marcos.
De braços abertos estava Marcos na porta do restaurante muito bem vestido.
__ Meu velho amigo Peter venha vamos nos sentar.
__ Marcos não precisava de mim trazer aqui eu só queria lhe pedir um favor.
__ Vamos escolha o que vão comer.
Peter estava ficando irritado com a atitude de Marcos.
Após a bela refeição, Marcos se levantou da mesa para buscar o envelope e o entregou a Peter.
__ Peter seu antigo sócio pediu para que eu lhe entregasse.
O envelope estava lacrado, aparentava nunca ter sido aberto.
Peter se retirou foi até o banheiro e abril um envelope.
Dentro havia uma carta.
 
“ Caro Peter estou te procurando a alguns anos e não vejo noticias suas espero que receba esta carta muito importante.
Todo o lucro do Hotel foi gasto na compra de ações, nos perdemos o Hotel, então vendi as ações e coloquei o dinheiro em sua conta que eu mesmo administrei por toda a vida, se me perguntar porque não salvei o hotel com esse dinheiro lhe digo que estava cansado e velho para continuar com tanto trabalho.
Espero que não guarde rancor, eu lhe procurei exatamente no dia em que tomaram o hotel mas não o encontrei, lhe desejo felicidade e uma vida plena amigo”
 
Em um outro papel o numero e a senha junto a um cartão.
Peter se apoio nas paredes para sustentar o peso do susto que acabara de levar, colocou a carta no bolso, agradeceu a Marcos pela refeição e disse que passaria a visita-lo.
Entrou no táxi deixou as meninas em casa e foi ao banco.
Inseriu o cartão digitou a senha e pediu o estrato.
Apanhou-o com as mãos tremulas.
750 mil reais, este era o valor que estava na conta, Peter desmaiou.
Peter acordou na cama do hospital com suas duas filhas ao lado, segurando suas mãos, estava aliviado após todo sofrimento, tudo o que tinha trabalhado na vida estava salvo, não mais perdido como havia pensado antes, agradeceu a Deus pela primeira vez aquela noite, poderia pagar as faculdades das filhas e viver uma vida mais tranqüila.
Percebendo que nem tudo esta completamente perdido quando se ergue a cabeça para resgatar.
“ Deveria ter procurado Marcos antes.” Pensou.

 

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