Amor & Ódio - Capitulo 4

14-02-2011 15:53

Desculpem por não estar postando esses dias, é que fiquei muito atarefado com a Faculdade que esqueci literalmente de vocês meu leitores, mas sem mais demandas vou postar alguns Capitulos atrasados que já estavam aqui, Boa Leitura !
 

Perdidos


As coisas teriam que estar sobre o meu controle. Da maneira como eu achasse que fosse o certo. E ter Fred me tocando era totalmente inaceitável.
O telefone tocou na sala e eu o atendi, enquanto ia até a cozinha.
- Alô.
- O que você está fazendo aí? - eu fiz uma careta ao ouvir a voz quase histérica de Megan.
- Oi Megan.
- Missie Collins, o que você está fazendo aí? Volte para cá! - ela quase berrava no telefone.
- Sem estresse, Megan. - pedi, abrindo a geladeira e tirando a jarra de suco de suco de dentro.
- Estamos de férias, Missie. Você tem que aproveitar. - disse manhosa. - Pierre está aqui esperando por você.
- Que continue esperando! - revirei os olhos, enquanto me servia de um copo de suco. - Prefiro ficar deitada no sofá com um saco de pipoca na mão, assistindo a um bom filme do que voltar para ir.
- Urgh! - ela gritou tão alto que doeu meu ouvido. - Onde está Fred?
- Não sei. - menti
- Bom, estamos indo à uma festa que vai ter um pouco afastada da cidade. Anote o endereço caso ele apareça por aí.
Peguei um papel em cima da bancada da cozinha e anotei o endereço que Megan me informou.
- Espero vocês lá.
- Você quer dizer, espero o Fred lá, né?
O tu-tu-tu ecoou pela ligação e eu joguei o telefone em cima da mesa, xingando baixinho Megan por ter desligado na minha cara.
Ela que continuasse pensando que eu iria na festa que só Deus sabia onde iria ser. Olhei mais uma vez o papel em minhas mãos. Eu não fazia idéia de onde ficava aquele endereço.
Boa sorte, Fredzinho! - pensei irônica.
- Quem era?
- Fred, seu idiota! - eu berrei de tão grande que foi meu susto.
- Quem era? - repetiu, se servindo do suco.
- Megan. - respondi, me apoiando na pia.
- Hum. - murmurou, sentando na cadeira em frente à bancada.
Fiquei o observando, enquanto ele fitava o chão com uma expressão indecifrável. Ele me olhou de repente e seus olhos se fixaram nos meus. Era como se estivessem dizendo algo.
Desviei meu olhar do dele, tentando ignorar a corrente elétrica que percorria todo meu corpo. Murmurei que Megan estava esperando-o numa festa afastada da cidade e joguei o papel com o endereço para ele, antes de sair da cozinha.
Voltei para meu quarto e arrumei a bagunça de roupas que eu havia feito com a ajuda de Fred. Ao terminar tomei um banho bem quente, deixando a água quase fervente relaxar meus músculos enrijecidos de tensão.
Vesti um conjunto de dormir bem confortável, e me deitei na cama. Peguei "O menino do pijama listrado" em cima do criado mudo e comecei a folhea-lo à procura da página onde eu havia parado na última vez que o li.
- O que você está fazendo aí?
Fred entrou no quarto, sem bater na porta antes de entrar. Ele estava com uma roupa diferente da de uma hora antes. Seus fios dourados estavam molhados, pelo possível banho que ele devia ter tomado.
O que você está fazendo aqui? - indaguei, sem desgrudar meus olhos das páginas do livro em minhas mãos.
- Megan disse para eu te dar carona até a festa.
- Ah, sério? - perguntei cínica. - Diga à ela que eu não vou.
- Você vai sim. - sibiliou, arrancando o livro das minhas mãos.
- Me dá Fred! - pedi pausadamente.
- Vai se arrumar. - disse autoritário.
- Eu disse que não vou. - falei irritada.
- Missie, você não vai ficar aqui sozinha. Então, levanta dessa cama e vai se arrumar.
- Você não manda em mim! - sibilei, levantando da cama e indo até ele, tentar pegar meu livro de volta.
- Só vou te devolver quando voltarmos da festa. - avisou, levantando o livro no alto para eu não alcançá-lo. - Se você não for, adeus livrinho.
Ele deu seu sorriso torto - aquele que me irritava profundamente - e saiu do quarto, levando meu livro preferido junto com ele. Bufei, sentindo a raiva borbulhar em meu ser. Ou eu ia naquela bendita festa ou eu teria que comprar um livro novo, o que aquele era raro de se encontrar nas livrarias. Resolvi então, me render à chantagem ridícula do Fred. Me arrumei e desci até a sala, onde o ser irritante me esperava.
Ele sorriu vitorioso e eu revirei os olhos, rindo internamente. Fred Johnson pagaria muito caro por estragar minhas férias de verão.
- Queridinho, é a segunda vez que você passa por aqui. - sibilei, cruzando os braços em frente ao peito.
Já fazia mais de uma hora que eu me encontrava no carro de Fred, junto com o mesmo. Minutos e mais minutos atrás do maldito endereço que Megan informara.

Ruas e mais ruas passando a minha volta, e da presença incômoda ao meu lado. Mais um segundo sozinha com Fred naquele carro, e eu enlouqueceria.
- Legal. - comentei irônica, ao notar as primeiras gotas de chuva pingarem sobre o pára-brisa. - Agora que a gente não chega mesmo.
- Fica quieta pelo amor de Deus! - disse Fred com o tom de voz um pouco alto. - Como você quer que eu chegue a algum lugar com você resmungando no meu ouvido?
Fred desviou o olhar da estrada por um momento, e me fitou irritado.
- Oh, Deus! Olha a...
Antes que eu pudesse completar minha frase, eu bati a cabeça no banco, com o impacto da batida do carro na árvore.
- Oh, merda! - Fred se virou para mim, segurando nas laterais do meu rosto com preocupação evidente em seus olhos. - Você está bem?
Eu assenti. Além da dor leve na cabeça por conta do impacto, não havia nada de errado comigo. Fred desceu do carro para ver o estrago que fizera, enquanto eu fiquei paralisada no banco do passageiro.
Ele voltou minutos depois, com a roupa úmida e murmurando palavras de baixo calão.
- Estamos perdidos. - comunicou, coçando a nuca. - Não faço idéia de onde estamos.
- Ótimo! - murmurei irônica.
Ele virou a chave no contato, o carro fez uma barulho estranho e não ligou.
- Ah, não me diga que o carro pifou, também? - perguntei sarcástica. - Parabéns, Fred!
Ele me ignorou, jogando a cabeça para trás, respirando profundamente por indetermináveis minutos.
- Você vai ficar aí parado? - indaguei, quebrando o silêncio torturante que se instalara no local. - Faça alguma coisa, idiota!
- Você quer que eu faça o que? - berrou, se virando para mim.
- Você é um inútil mesmo!
Abri a porta e saí do carro, para procurar ajuda no fim de mundo onde nos encontrávamos. A chuva havia engrossado, molhando o meu cabelo e todo o vestido que eu estava usando.
- Missie, volte agora para o carro!
Fred havia saído do carro, vindo em minha direção
- Eu vou buscar ajuda. - sibilei sem saber ao certo para onde ir. - Ou você ainda não reparou que estamos ferrados? E por sua causa!
- Você não vai a lugar nenhum. - protestou, segurando em meu braço.
- Mas que merda! Me solta, Fred!
Ele me puxou de encontro a si, colando nossos corpos. Seus olhos me fitavam com intensidade. Eu não conseguia controlar minha respiração ofegante, muito menos meu coração que batia frenético em meu peito.
Perto demais. - minha mente gritava.
Eu conseguia sentir seu hálito refrescante em meu rosto. E isso me deixava completamente inebriada.
Segundos depois, seus lábios estavam sobre os meus. Sua língua dançando com a minha em um movimento tão antigo e ao mesmo tempo tão nosso.
A chuva caía forte sobre nós, deixando nossos corpos encharcados. Dando um toque sensual em toda aquela cena de ódio e desejo.
Nós estávamos perdidos, definitivamente
.

 

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