Amor & Ódio - Capitulo 1 Parte 1 [Re-post]
02-02-2011 16:39A nossa Web Novela tinha erros na paginas que nós desconheciamos até nossa leitora Andrezza Badu nos estou avisar então repostando todos os capitulos, Boa Leitura !
Reencontro
(Narrado por Missie)
As ruas e tudo ao meu redor passavam lentamente, enquanto eu refletia quanto tempo havia se passado desde a última vez em que estive na mansão da minha avó materna. Aquele lugar era o meu preferido no mundo. O lugar onde eu me sentia realmente em casa.
Eu adorava todo aquele calor, aquele aroma típico de verão, a agitação da cidade ao redor. Eu sentia muita falta, mas meu orgulho me impediu por dois anos de voltar àquele lugar.
Sorri ao ver os primeiros traços da mansão aparecendo. Encostei a cabeça na janela, sentindo um vento fresco soprar em meu rosto, e o sol brilhando no céu refletir em minha pele clara.
- Ah, sol. - suspirei.
Eu estava morando desde os meus treze anos de idade longe dali. Ainda não entendia por que Oliver, meu pai, resolvera sair de San Francisco para ir morar numa cidadezinha no estado de Nevada. Eu adorava San Francisco e a idéia de me mudar, não agradou na época.
Depois de algumas semanas trancada em meu quarto, resolvi me conformar. Fui para escola, fiz amigos e convenci meus pais de que todas as férias de verão iria passar na casa da minha avó. Todas até aquele dia.
Quando finalmente o motorista parou no grande portão da mansão de minha avó, abri um grande sorriso. Ele me ajudou a descer com as malas. Eu agradeci, paguei-lhe a viagem e ele foi-se embora.
Me virei para o grande portão e peguei a chave no meu bolso. Os netos e filhos tinham as cópias de todas as chaves da casa. Destranquei o portão e caminhei pelo gramado, indo em direção à casa, sentindo uma nostalgia me invadir.
Hesitei por um momento até virar a maçaneta da porta principal. A grande sala iluminada estava vazia. Olhei para o relógio em meu pulso, que indicava ser quatro e meia da tarde.
Deixei as malas num canto da sala e fui silenciosamente para cozinha.
Vovó Meredith estava de costas para mim, encostada no fogão. Pelo cheiro, estava preparando uma de suas delícias para o chá da tarde. Caminhei lentamente até ela e a abracei pela cintura, fazendo-a pular de susto.
- Oh, meu Deus!
- Me desculpe, vovó.
Ela se virou para mim e eu mal tive tempo de respirar. Seus braços me envolveram em um abraço apertado e cheio de saudade. O qual eu correspondi com o mesmo entusiasmo.
- Missie, minha querida. Quanto tempo! Como você está? E Rebeca? Oliver está bem?
- Estou bem, vó. Todos estão. - respondi, sorrindo em vê-la.
- Você está tão linda. - comentou, enquanto passava as mãos por meu cabelo. - Como cresceu!
- Só se passaram dois aninhos desde que me viu. Não estou tão diferente.
- Dois anos imensos. - retrucou manhosa. - Morri de saudade da minha neta querida.
- Sem drama. Estou aqui, não estou? - brinquei, fazendo-a me dar mais um abraço apertado.
- Você já comeu? - perguntou, enquanto me fazia sentar na cadeira de frente para a mesa.
- Alguma coisinha antes de pegar o avião.
- O chá da tarde está quase pronto. Enquanto isso coma um pedaço de bolo. - ofereceu me passando a bandeja com bolo de chocolate que estava no centro da mesa.
- Obrigada. - agradeci, mordendo um grande pedaço do bolo. - Então, quais são as novidades?
- Hum. - ela ficou pensativa por um tempo. - Richard se mudou.
Richard, o filho do primeiro casamento do meu avô já falecido. Ele perdeu sua mãe quando ela deu-lhe a luz. Quando meu avô e minha avó se uniram, ele tinha apenas três anos. Desde então minha avó o criou e sempre o amou como se fosse seu filho.
- Ele recebeu uma proposta para trabalhar num grande hospital em Los Angeles. - contou-me, tristemente.
- É mesmo? - perguntei, como se não soubesse daquela notícia.
Eu já sabia da mudança do tio Richard. Na verdade, era o motivo para eu a ter visitado naquele verão. Não que eu não gostasse dele, pelo contrário, eu o adorava. O problema era seu filho do meio. Fred. Aquele insuportável...
- É, foi impossível recusar. - respondeu. - Mas me diga você. O que tem feito?
- Nada demais. - respondi, e mordi mais um pedaço do bolo. - Só estudando e estudando.
- Você devia se divertir um pouquinho, querida.
- Eu já tenho 18 anos, vó. Ano de ir para faculdade e tudo mais.
- Mas umas horinhas de diversão não vão te fazer mal. - disse, dando uma piscadela.
- Eu senti tanto sua falta. - confessei melancólica.
- Huuum. Que cheiro bom!
Virei para trás ao ouvir aquela frase. E então, eu vi o inesperado. Algo que em hipótese alguma, eu gostaria de ver. E que quase fez com que eu despejasse todo o bolo que eu havia ingerido.
Fred tinha acabado de entrar na cozinha. Seu cabelo castanho e desgrenhado estava molhado e ele só vestia uma bermuda, deixando seu peito sarado à mostra. A fisionomia era a mesma, mas havia algo diferente nele. Ele parecia mais másculo.
Seus olhos encontraram os meus e os desviei rapidamente. Não esperando para ver sua reação ao me ver.
- Veja quem veio nos visitar, querido. - comentou Meredith, sorridente.
- Olá Missie.
Engoli em seco. Fred era a pessoa que eu menos esperava encontrar naquele verão. Afinal, o que ele estaria fazendo ali? Eu estava certa de que não iria correr o risco de reencontrá-lo, já que eu julgava ele ter ido junto com seus pais para LA. E lá estava ele, parado na minha frente.
- Olá Fred. - respondi, evitando o encarar.
- Como foi na praia, querido? - perguntou Meredith, de volta ao fogão.
- Uma delícia, vó. - ouvi uma voz conhecida responder. - A água estava quentinha e... Missie?
Megan, minha prima, parou de falar assim que me viu sentada em volta da mesa. Sorri ao vê-la vir em minha direção, e me abraçar, distribuindo vários beijinhos estalados em minhas bochechas.
Ao contrário de Fred, Megan sempre foi um amor. Eu a adorava. Seu jeito meigo e hiperativo encantava a todos ao seu redor. Eu sentia falta daquela fadinha com os cabelos espetados para todos os lados.
- Mis, que saudades!
- Eu também. - confessei, enquanto nos separavámos do nosso abraço apertado.
- Você nunca mais apareceu! - disse indignada com as mãos na cintura. - O que a trouxe por aqui, sumida?
- Eu... vim passear. - respondi, sentindo o olhar dele cravado em mim. - Passar as férias aqui, antes de ir para faculdade.
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